O meu primeiro amor e eu sentavamos numa pedraQue havia num terreno baldio entre as nossas casas.Falávamos de coisas bobas, como qualquer troca de confidências Entre crianças de cinco anos. Crianças...Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação de sexosA nao ser o azul imenso dos olhos dela,Olhos que eu nao encontrava em ninguem mais,Nem no cachorro e no gato da casa,Que tinham apenas a mesma fidelidade sem compromissoE a mesma animal-ou celestial- inocência,Porque o azul dos olhos dela tornava mais azul o céu:Não, não importava as coisas bobas que disséssemos.Éramos um desejo de estar perto, tão pertoQue não havia ali apenas duas encantadas criaturasMas um único amor sentado sobre uma tosca pedra,Enquanto a gente grande passava, caçoava, ria-se, não sabiaQue eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida.
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